quinta-feira, 13 de maio de 2010

Foragidos da Operação Parceria da Polícia Federal

Foragido

O advogado Fernando José Mesquita, considerado o braço direito do proprietário do Ciap, Dinocarme Aparecido Lima, é um dos foragidos depois da Operação Parceria, da Polícia Federal. À sua fuga é atribuída a desarticulação da defesa dos que foram presos.

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A prisão de Dinocarme e o escândalo envolvendo o Ciap deixou praticamente todos os grupos políticos de Londrina na berlinda. Vários deles estão à procura de explicações para a proximidade com o chefe da Oscip. Tudo bem I

O prefeito Barbosa Neto (PDT) disse a um interlocutor que está “tranquilo” com relação a Dinocarme. Segundo ele, pelo que a sua gestão tem feito, não haveria motivos para temores.

Tudo bem II

Fontes ligadas ao ex-prefeito Nedson Micheleti (PT), antecessor do pedetista, dizem que o petista também não teria nada a temer com a queda do Ciap.

Proximidades

Juan Monastério Dias, preso pela Polícia Federal na Operação Parceria, foi ligado ao deputado federal Alex Canziani (PTB) no fim da década de 1990, quando ocupou cargo no Ippul (Instituto de Planejamento e Pesquisa Urbana de Londrina) – na época em que o pedetista era vice-prefeito e Antônio Belinati era prefeito. Na festa do casamento de Monastério com Yasmin Arruda, no ano passado (2009), ele posa para fotos junto com o deputado federal, Luiz Carlos Hauly (PSDB) e com o estadual, Luiz Eduardo Cheida (PMDB).

Fonte: Jornal de Londrina
PF in­ves­ti­ga re­la­ção de po­lí­ti­cos com ­Ciap
In­ves­ti­ga­ção apu­ra a par­ti­ci­pa­ção de agen­tes pú­bli­cos no des­vio de cer­ca de R$ 300 mil­lhões de re­cur­sos fe­de­rais en­via­dos às pre­fei­tu­ras

Os trabalhos relativos à ''Operação Parceria'', que desbaratou um esquema criminoso que já teria desviado cerca de R$ 300 milhões em recursos federais por meio da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap), sediada em Curitiba, serão direcionados agora para confirmar o envolvimento de agentes públicos no crime.

A ação criminosa foi desmontada por uma investigação iniciada em 2008 pela Controladoria Geral da União (CGU) e conta com a colaboração da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal. A fraude teria sido gestada em Londrina, mas convênios firmados com outros dois municípios - Rolândia e Campo Largo - também são alvo das investigações que abrangem o Paraná e outros quatro Estados (Goiás, Maranhão, Pará e São Paulo).

O delegado da Polícia Federal em Londrina, Evaristo Kuceki, precisou que todo o material apreendido no cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão foram remetidos para Curitiba. A expectativa, segundo Kuceki, é que a perícia reforce os fortes indícios já existentes de envolvimento de agentes públicos de prefeituras dos cinco Estados investigados no esquema de desvio de repasses feitos pelos ministérios da Saúde e do Trabalho à Oscip.

''Nossa estratégia será desmembrar a investigação em cadernos autônomos sobre o envolvimento de agentes públicos'', complementou o delegado. Conforme a CGU, nos últimos cinco anos o Ciap teria faturado R$ 1 bilhão. O depoimento de um ex-funcionário do setor financeiro do Ciap, ouvido como testemunha, teria dado detalhes do funcionamento do esquema criminoso.

A PF ainda caça três suspeitos de envolvimento no esquema que estão foragidos. Um deles seria Fernando José Mesquita, advogado de Dinocarme Aparecido Lima, presidente do Conselho Administrativo do Ciap e dono da Faculdade Integrada Inesul. Dinocarme está entre os 11 presos na PF em Londrina e na carceragem feminina do 3º Distrito Policial. Também foram detidos a esposa dele e diretora-geral da Inesul, Vergínia Mariani, o ex-diretor institucional Paulo Chanan e Juan Carlos Monasterio, lobista da Ciap junto aos ministérios e prefeituras. As contas bancárias, dois aviões, dezenas de carros e quase R$ 130 mil apreendidos foram indisponibilizados pela Justiça.

Em Londrina, o Ciap teria faturado R$ 34 milhões no período investigado e o rombo chegaria a R$ 10,2 milhões. Em Rolândia, a perícia da CGU descobriu um desfalque de R$ 2,4 milhões de um total repassado de R$ 12,9 milhões. Em Campo Largo, o desvio somaria R$ 2 milhões de um total de R$ 9 milhões recebidos.

Procurada, a assessoria do prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), afirmou que ele falará sobre o assunto na manhã de hoje em uma coletiva. A PF não revelou quem seriam os defensores dos acusados presos.