segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Caça Rafale | Exercício Cruzex | Força Aérea Brasileira


À espera da confirmação oficial de que fornecerá os novos caças da FAB (Força Aérea Brasileira), para quem oferece o Rafale, a França mandou pela primeira vez o modelo para um exercício militar no Brasil.

Há uma expectativa, entre militares brasileiros, de que o anúncio confirmando o Rafale será feito durante a visita do Ministro da Defesa Nelson Jobim ao exercício de guerra simulada, chamado Cruzex.

Ontem, 07/11/2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que iria falar novamente com o francês Nicolas Sarkozy sobre o assunto e que iria tomar a decisão em conjunto com a sucessora eleita, Dilma Rousseff.

Eles irão se encontrar na semana que vem em Seul, na cúpula do G20. Jobim, que estará hoje com Lula, deverá visitar o Cruzex no dia 18 ou 19, quando a operação acaba.

O Cruzex é o maior exercício aéreo de caça da América do Sul, e está em sua quinta edição. Começou no dia 26, com a chegada das primeira equipes de planejamento a Natal, de onde haverá a simulação de conflito, interdição aérea e várias missões de ataque. Serão inéditas 92 aeronaves do Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, França e Estados Unidos.

Os franceses já participaram de edições anteriores, sempre com caças Mirage-2000 semelhantes aos que vendeu ao Brasil. Agora, pela primeira vez mandam o Rafale. Serão quatro modelos, mais quatro Mirage, uma espécie de "cartão de visitas" para o eventual anúncio.

Os aviões de combate começam a chegar a Natal no fim de semana.

Outra novidade é a presença americana. Só que por envolver a Força Aérea, serão enviados caças F-16. Os F/A-18 que os EUA querem vender ao Brasil, concorrendo com o Rafale e o Gripen NG sueco, são operados pela Marinha e pelos Fuzileiros Navais.

Fonte: Folha.com

VANT VT-15 | Exercício Agulhas Negras | Exército Brasileiro


Três anos após experiências de uso de aeronaves não tripuladas na missão de paz no Haiti, o Exército fez ontem o primeiro teste em larga escala de seu VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado), em uma missão simulada de defesa do território nacional.

Ele é um avião de controle remoto usado para reconhecer terreno e identificar alvos para armas de artilharia, segundo o Major Ademir Rodrigues Pereira, do CTEx (Centro Tecnológico do Exército).

Ontem, 07/10/2010, três VANTS simularam este trabalho no Exercício Agulhas Negras, durante a maior manobra já realizada pelo Exército no Sudeste em 2010. Nela, 4.500 militares simularam a defesa da região contra um hipotético exército de invasão estrangeiro.

Diferente do Departamento de Polícia Federal, que comprou um VANT produzido em Israel para patrulhamento de fronteiras, o avião do Exército foi desenvolvido inteiramente no Brasil.

O primeiro projeto começou em 2004 e foi coordenado pelo Ministério da Defesa.

Mas, no início de 2007, o VANT ainda não estava pronto para missões reais.

Por isso, as tropas brasileiras em missão de paz da ONU adaptaram câmeras de vídeo em aeromodelos para sobrevoar a favela de Citè Soleil - que abrigava o último grupo rebelde do Haiti.

Os aviões fizeram dezenas de missões de identificação de atiradores, barricadas e fossos antitanque.

"Eles tinham também um compartimento acionado por controle remoto que usávamos para jogar panfletos de propaganda que davam avisos e explicavam para a população o trabalho da ONU", disse o Coronel R1 Cláudio Barroso Magno, que comandou do batalhão brasileiro da ONU no Haiti.

Esses aviões "artesanais" não possuíam grande autonomia de vôo ou sistemas de GPS e de piloto automático.

"Não eram aviões operacionais militares. Nós os usávamos para obter um resultado psicológico, para eles [rebeldes e criminosos] saberem que os estávamos observando", disse o General Carlos Alberto dos Santos Cruz, Comandante da 2a Região Militar.

Segundo ele, a primeira geração do VANT desenvolvida pelo Exército ficou pronta ainda em 2007 e exemplares chegaram a ser usados em testes no Rio Grande do Sul e também no Haiti -porém, quando não havia mais grandes combates no país.

VT-15

Já a nova geração do VANT, batizada de VT-15 e usada ontem (07/11/2010), começou a ser desenvolvida em 2008 pelo CTEx com a empresa ACS.

"Há uma variedade muito grande de VANTS no mercado internacional, é possível comprar, mas também nos interessa o desenvolvimento tecnológico, para que não haja dependência", disse o Gen Santos Cruz.

O desempenho do VANT na missão será avaliado. Se o resultado for bom, o Exército Brasileiro pode começar a produzi-lo em larga escala.

Fonte: Folha de S.Paulo